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DRABM prepara plano de intervenção e apoio às bibliotecas municipais

Formação, enriquecimento de coleções, dinamização cultural e integração dos acervos num catálogo coletivo integrado e acessível em linha 

 A SRTC, através da Direção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira (DRABM), delineou um plano de intervenção e apoio às bibliotecas municipais da RAM a ser implementado ao longo de 2021. O plano prevê um conjunto de iniciativas que visam promover a oferta de leitura por parte das bibliotecas municipais da RAM e reforçar o seu funcionamento em rede.  

O enriquecimento de fundos e coleções, a definição de procedimentos técnicos e a disponibilização de formação especializada, o desenvolvimento de estratégias de animação e promoção do livro, o crescimento do catálogo coletivo de bibliotecas da Madeira (CCBM) e a disponibilização de novos suportes para a leitura, com o recurso às tecnologias da informação, são os principais objetivos. 

Para delinear este plano de ações, a DRABM, na sua qualidade de órgão coordenador da Rede Regional de Bibliotecas Públicas da Madeira (RRBPM), realizou, ao longo do ano transato, uma auscultação à situação das bibliotecas municipais da Região. A informação recolhida permitiu identificar os principais problemas e carências destas estruturas, essenciais à promoção do livro e da leitura, e definir prioridades e áreas de atuação.  

Nessa medida, iniciam-se agora os contactos com as autarquias locais, definindo-se uma calendarização de ações. Ao longo do ano estão previstas formações no âmbito da descrição e catalogação de Material Não Livro, da catalogação de publicações periódicas e da indexação. Em julho, será dinamizado um workshop dedicado ao serviço educativo em bibliotecas. DRABM irá igualmente ceder espécies bibliográficas às bibliotecas aderentes e integradas no CCBM, procurando o crescimento e a diversificação das suas coleções e a facilitação do empréstimo interbibliotecas, bem como facultar orientação no que concerne à organização e qualificação dos espaços de leituraNo âmbito do objetivo de fomentar o efetivo funcionamento em rede das bibliotecas da RAM, é indispensável a interoperabilidade dos respetivos sistemas de informação, a promover por via da implementação de um software único de gestão de bibliotecas, igualmente previsto na intervenção a realizar pela DRABM em 2021.  

Estas ações de apoio às bibliotecas municipais da RAM serão desenvolvidas pela recém-criada Direção de Serviços de Gestão e Tratamento de Bibliotecas da DRABM, no âmbito das suas funções de coordenação da RRBPM. 

 

DRABM disponibiliza obras em domínio público

Jaime Sanches Câmara

Em 2021, a Direção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira gostaria de comemorar com os seus leitores o Domínio Público, assinalado oficialmente durante todo o mês de janeiro.
Para iniciar este projeto de divulgação mensal de autores e obras disponibilizamos dois projetos do poeta madeirense Jaime Câmara.
CÂMARA, Jaime, 1927, Auto dos Vilões, 2.ª ed., Funchal, [s.n.].
CÂMARA, Jaime, 1920, Fructos, Funchal, [s.n.].
Jaime Sanches Câmara nasceu no Funchal, na Rua das Cruzes, freguesia de São Pedro, a 13 de março de 1881, e faleceu na mesma cidade, a 24 de dezembro de 1946.
Nas letras, dedicou-se essencialmente à poesia, género predominante na sua produção literária, tendo publicado na imprensa e em volume, usando a ilha da Madeira como musa para compor grande parte das suas criações, a qual destacamos nesta notícia Fructos (1920).
Algumas peças de teatro fazem também parte da sua produção literária, em especial destaque este mês o Auto dos Vilões, na qual o poeta, inspirado na Madeira quinhentista, criou um original auto de Natal, cuja ação se desenrola em volta do presépio. A obra, composta em linguagem arcaica, mas de enredo simples, revela quadros de vida do povo madeirense, o seu falar pitoresco, os seus cantares, as suas festas e o seu forte espírito religioso. Estão, assim, reunidos na peça, elementos do folclore da Madeira, dos tempos da descoberta e do povoamento, que o autor recriou e contribuiu para preservar.
GOMES, Sílvia G., 2016, Camara, jaime sanches, em: http://aprenderamadeira.net/article/camara-jaime-sanches

DRABM disponibiliza arquivo de João Higino Ferraz

A Direção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira torna acessível o arquivo de João Higino Ferraz, estando a sua informação descritiva já disponível na plataforma de pesquisa em linha.
Este fundo documental é principalmente constituído por documentos pessoais, documentos relativos à atividade profissional de João Higino Ferraz e por documentos relativos ao Engenho do Dr. Catanho de Meneses. Entre estes conjuntos documentais, contam-se correspondência recebida e expedida, correspondência trocada com familiares, amigos e até mesmo com Harry Hinton, seu patrão e amigo, livros de notas, que são quase um diário da atividade profissional de Higino Ferraz, quer na Fábrica do Torreão, quer noutros contextos profissionais.
Este arquivo é procedente do Centro de Estudos de História do Atlântico – Alberto Vieira, constituindo o primeiro de vários conjuntos documentais de arquivo ali depositados que é objeto de organização, tratamento e divulgação por parte da DRABM. O fundo documental ficará disponível para consulta presencial a partir do próximo dia 17 de fevereiro.

João Higino Ferraz nasceu em 12 de outubro de 1863, no Funchal. Estudou em Lisboa e trabalhou a pedido do seu tio, Severiano Alberto Ferraz, na fábrica da Ponte Nova, a qual dirigiu, de 1882 a 1886, após o falecimento daquele tio.
A doença da cana-de açúcar e as dificuldades financeiras resultaram na liquidação da sociedade “Ferraz Irmãos”, fundada pelo pai e tios de João Higino Ferraz, respetivamente, João Higino Ferraz, Severiano Alberto Ferraz e Ricardo Júlio Ferraz. Numa nota manuscrita, João Higino Ferraz revela que herdou do seu avô, Severiano Alberto de Freitas, um livro sobre a sua indústria de destilação de vinho da Madeira, xaropes de uva e refinação de açúcar de cana, antes da existência da fábrica da Ponte Nova. O seu avô – vítima do surto de cólera que assolou a Madeira em 1856 – fez um alambique a vapor e estabeleceu a primeira fábrica de açúcar no Funchal. João Higino Ferraz casou a 6 de junho de 1891, com D. Maria Elisa de Meneses Correia da Silva Acciaiuoli, de quem teve cinco filhos.

Retrato de João Higino Ferraz (três quartos), 1901. MFM-AV, em depósito no ABM, Photographia Vicente, n.º de inventário: VIC/33187 .

De 1888 a 1899 arrendou a fábrica da Ponte do Deão ao pai do amigo Joaquim Augusto de Sousa, Cristóvão de Sousa. Ingressa na fábrica do Torreão em 1899, como técnico industrial, perfazendo um total de 45 anos de trabalho ao serviço de Harry Hinton e da firma  Hinton & Sons. Foi funcionário e acionista da empresa, tendo liberdade para fazer negócios. João Higino Ferraz entrou na Cooperativa do Torreão em março de 1916 com 10 ações de 10$00.
Além da atividade na fábrica do Torreão, João Higino Ferraz estabelece uma vinharia na Quinta do Seixeiro, Santo da Serra, onde desenvolve a sua arte de fazer bebidas, tais como: vinho, cerveja, cidra e até uma bebida designada VCM (vinho cidre malte). Faleceu no Funchal com 83 anos de idade, em 31 de julho de 1946.

DRABM disponibiliza documentos municipais em linha:
700 livros datados entre 1470 e 1999

Um avultado conjunto documental, composto por mais de 700 livros da administração municipal madeirense, datados entre os anos de 1470 e 1999, acaba de ser disponibilizado na íntegra pela Direção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira (DRABM) na sua plataforma virtual de pesquisa de arquivos. Este conjunto de documentos é maioritariamente composto por livros de vereações e de atas de sessões camarárias, passando a ser possível aceder à totalidade dos registos das reuniões camarárias de todos os municípios do arquipélago. Note-se que esta série documental está disponível desde o século XV para o concelho do Funchal, desde o século XVI para Santa Cruz e Ponta do Sol, desde o século XVII para Machico e desde o século XVIII para a Calheta e Porto Santo.

ABM, Câmara Municipal do Funchal, Livro de vereações (1470-1472), liv. 1296, f.1.

No caso dos restantes municípios madeirenses, quer por motivos da sua fundação mais tardia, quer por motivos de perda documental, estão disponíveis livros desde os séculos XIX e XX.
Para além das vereações e atas de sessões camarárias, são disponibilizados livros no âmbito do notariado privativo camarário, designadamente livros de notas de contratos e escrituras, bem como livros do registo geral municipal, posturas, editais, entre outros. As réplicas digitais destas séries documentais ascendem a mais de 225 mil ficheiros, correspondentes, aproximadamente, ao mesmo número original de páginas. Por motivos do respetivo estado de conservação, permanece por digitalizar um número reduzido de livros. Note-se que o presente projeto, que se desenrolou, nas suas múltiplas vertentes, principalmente entre 2018 e 2020, envolveu uma componente de consolidação de suportes de muitos dos livros mais antigos e em pior estado de conservação, assegurada pelos serviços de conservação e restauro da DRABM. Sem esse tipo de intervenção, não seria possível proceder à desmaterialização por via digital destes documentos, sendo que esta componente do projeto foi repartida entre os serviços internos da DRABM e a contratualização de serviços de digitalização, num investimento global do Governo Regional que ascendeu a c. de 43 mil euros. A informação descritiva e digital respeitante a este conjunto documental pode ser acedida na nossa plataforma de pesquisa de arquivos.

Mercado do Livro

14 a 18 de dezembro

A DRABM promove mais uma edição do Mercado do Livro, de 14 a 18 de dezembro, no átrio da instituição. Estarão disponíveis, a preços apelativos, um conjunto de obras do catálogo de edições da DRABM, incluindo títulos do Centro de Estudos de História do Atlântico – Alberto Vieira (CEHA).
Este ano estarão à venda cerca de 50 publicações, com descontos de 20% e 40%. No Mercado do Livro poderá adquirir obras de autores madeirenses, nomeadamente investigações e teses de mestrado, mas também catálogos de exposições e de arquivos fotográficos, cadernos pedagógicos, entre outras propostas.
O Mercado funcionará no átrio do ABM, durante o horário de expediente: segunda a sexta-feira, das 9:30 às 20:00.

“Imagens e Memória do Concelho de Santa Cruz”
Exposição fotográfica na Casa da Cultura de Santa Cruz

Vista panorâmica da vila de Santa Cruz obtida de poente. Foto Vicentes, fins do séc. XIX, negativo de vidro, MFM-AV, em depósito no ABM, VIC/458.

A Direção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira (DRABM) abriu ao público a 21 de novembro,  na Casa da Cultura de Santa Cruz – Quinta do Revoredo, a exposição fotográfica “Imagens e Memória do Concelho de Santa Cruz”. A inauguração contou com a presença do Secretário Regional de Turismo e Cultura, Dr. Eduardo Jesus.
Trata-se de um projeto em parceria com o município de Santa Cruz, integrado no programa de comemorações dos 600 anos do descobrimento do arquipélago da Madeira.
Nesta mostra são apresentadas 173 fotografias e gravuras das cinco freguesias do concelho, com datas que vão de inícios do século XIX (gravuras) até 1987. Predominam as panorâmicas dos antigos núcleos urbanos e da paisagem rural, bem como apontamentos arquitetónicos, das igrejas, capelas e dos seus recheios. Destacam-se nesta seleção as escavações arqueológicas efetuadas por António Aragão em 1961 – as primeiras realizadas na Madeira –, que puseram a descoberto os restos soterrados do convento de Nossa Senhora da Piedade, erguido no local onde, no mesmo ano, foram iniciadas as obras de construção do aeroporto de Santa Catarina.
As imagens exibidas integram a coleção fotográfica do Arquivo e Biblioteca da Madeira (ABM) e o acervo do Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s, em depósito no ABM. Os conteúdos da exposição são da autoria de Jorge Valdemar Guerra, o grafismo de Leonardo Vasconcelos e as traduções de textos da responsabilidade de Liliana Pestana e Cefyn Embling-Evans.
O projeto “Imagens e Memória dos Concelhos da Madeira” teve início em março de 2019 e contou já com quatro exposições, alusivas aos concelhos da Calheta, de Câmara de Lobos, de São Vicente e de Machico.

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