Na década de 1920, surgiram dois nomes incontornáveis na produção cinematográfica madeirense: Francisco Bento de Gouveia e Manuel Luiz Vieira.

FRANCISCO BENTO DE GOUVEIA

Francisco Bento de Gouveia nasceu a 16 de Julho de 1873, na freguesia de Ponta Delgada.  Casou, em 1897, com D. Firmina Mathilde d’ Ornellas e teve dois filhos.

Em 1906,  fixou-se no Funchal e passou a exercer o cargo de redactor principal do Diário Popular, escrevendo grande parte dos artigos de fundo que versavam os mais variados temas.

Entre 1912 e 1914 exerceu funções de Director do Diário da Madeira e do Almanaque Ilustrado do mesmo diário.

Tornou-se Secretário da Companhia Vinícola do Funchal em 1921.

Assumiu cargos no Pelouro do Turismo e na Comissão de Concertos e Festas Musicais, enquanto parte integrante nas Festas do 5.º Centenário da Descoberta da Madeira.

Tornou-se Secretário da Companhia Vinícola do Funchal em 1921. Assumiu cargos no Pelouro do Turismo e na Comissão de Concertos e Festas Musicais, enquanto parte integrante nas Festas do 5. º Centenário da Descoberta da Madeira. Neste mesmo ano, 1922, criou a Madeira Film, produzindo documentários sobre a Ilha e a película comemorativa do 5º Centenário da Madeira, tendo como operador Manuel Luiz Vieira.

Em 1927 foi para Lisboa e tornou-se colaborador no Diário da Manhã e correspondente de O Jornal. Recomeçou como colaborador do Diário de Noticias, do Funchal, em 1952, função que ocupou por um ano. Faleceu, em Lisboa, a 25 de Dezembro de 1956.

Francisco Bento de Gouveia (1873-1956)

MANUEL LUIZ VIEIRA

Manuel Luiz Vieira nasceu em S. Vicente, Madeira, a 21 de junho de 1885 e faleceu a 24 de agosto de 1952, em Lisboa.

Foi fotógrafo profissional e fundador da Casa Pathé, no Funchal. A partir de 1919,  realizou ensaios cinegráficos (em fotografia e laboratório).

Ficou ligado a perto de cento e cinquenta filmes, dos quais cem são documentários e curtas-metragens,  filmadas por todo o Império Português, com temas muito variados e rodou as três médias-metragens de enredo: A Calúnia, O Fauno das Montanhas e A Indigestão, entre 1925 e 1926.

Em Portugal continental tornou-se operador de vários filmes e, entre 1933 e 1939, realizou, fotografou e distribuiu dezenas de documentários.

Dedicou-se à fotografia de filmes. Em 1930 fez uma tentativa de registo da patente de filmes sonoros.

Foi considerado um dos melhores operadores de câmara durante as décadas de trinta e quarenta, chegando a trabalhar com os melhores realizadores e directores de fotografia estrangeiros, como Gartner e Goldberger. Foi, aliás, nesta categoria que se viu envolvido em A Dança dos Paroxismos, de Jorge Brum do Canto, em 1929.

Após 1938 tornou-se operador de imagem da Missão Cinegráfica às Colónias de África.

Nos anos 40 foi operador de imagem para a Direcção-Geral dos Serviços Agrícolas.

Em 1941 abriu, em Lisboa, um laboratório fotográfico próprio.

      Manuel Luiz Vieira (1885-1952)