No âmbito da exposição dedicada à família Bettencourt Perestrelo de Vasconcelos, entre os dias 18 de fevereiro e 30 de abril de 2022, o ABM pretende dar a conhecer o arquivo desta família, que conta com mais de 300 documentos, datados na maioria do Antigo Regime e do Liberalismo (séculos XVII a XX).
Este arquivo familiar amplifica a informação sobre os Perestrelos madeirenses, descendentes dos capitães do Porto Santo, bem como documenta a existência de instituições com forte dinamismo próprio e autónomo relativamente à administração régia – a família e o morgadio. Espelha uma ordem social animada pelo culto dos antepassados e fundada na “lei do morgadio” – a vontade do instituidor, aceite como fonte de direito pela Igreja e pela Coroa.
Os Bettencourt Perestrelo de Vasconcelos entroncam no capitão do Porto Santo Diogo de Bettencourt Perestrelo, casado com D. Luísa Agostinha de Noronha. Ele instituiu, em 1680, um vínculo cuja sucessão condicionou à obediência – virtude do bom filho.
O último morgado e seu filho viveram a mudança de regime político e modelo sócio-económico: ao Pai Fundador, sucedeu o Pai Chefe de Família, às instituições vinculares, o Casal de família – instituto para proteção da morada desta, que em Portugal vigorou entre 1920 e 1977. Porém, este acervo já não espelha tal mudança.