1. Os Perestrelos, de Piacenza à Ilha da Madeira
Os Perestrelos portugueses procedem de uma família principal de Placência. Em 1399, D. João I premiou os serviços de Filippo Pallastrello, concedendo-lhe o uso em Portugal das suas armas de família. Essas armas estão descritas no Nobiliário de Bettencourt Perestrelo.
2. Bartolomeu Perestrelo, obreiro da primeira conquista do Infante D. Henrique
Filho de Filippo Pallastrello e Catarina Visconti, este fidalgo da casa do Infante D. Henrique acompanhou João Gonçalves Zargo e Tristão Vaz Teixeira na sua primeira viagem ao Porto Santo em 1418. Di-lo a Crónica do descobrimento e conquista de Guiné, de Gomes Eanes de Zurara. Bartolomeu Perestrelo I foi sogro de Cristóvão Colombo.
Anselmo Braamcamp Freire confidenciou (1):
“Fica-me uma grande saudade de não poder terminar esta segunda edição dos Brasões (…) Lastimo ficarem perdidos todos os apontamentos àcerca da capela dos Monises na igreja do Carmo de Lisboa. Foram coligidos a pretexto do casamento de Felipa Monis com Cristóvão Colombo. Anexos a eles em apêndice ou em nota iria uma grande colecção de documentos relativos aos Perestrelos”.
Livro terceiro dos Brasões da Sala de Sintra, 1930.
3. O universo de parentescos dos Perestrelos: árvores do Nobiliário de Bettencourt Perestrelo
Luiz Peter Clode enfatiza (3): “Bartolomeu Perestrelo plantou uma árvore genealógica que se fez bem madeirense, confundindo com as outras as suas ramadas”.
CLODE, Luiz Peter, 1952, Registo genealógico de famílias que passaram à Madeira.
O Nobiliário de Bettencourt Perestrelo, vol. III, mostra a ascendência do 1.º morgado Bettencourt Perestrelo, Paulo Freire de Noronha, e de sua mulher D. Ângela de Sousa e Aragão, com múltiplas ligações a outras linhagens e casas proeminentes (insulares, continentais e estrangeiras) citadas na Corografia Portuguesa do Padre António Carvalho da Costa.
4. Êxito da estratégia matrimonial dos Perestrelos na conservação da capitania
O Nobiliário de Bettencourt Perestrelo apresenta um resumo da sucessão na capitania do Porto Santo, que D. Francisca Soares de Albergaria, “por serem mortos seus irmãos” transmitiu a Diogo de Bettencourt Perestrelo, fruto do seu casamento com Vitoriano de Bettencourt e Vasconcelos (f. 88).
Vitoriano, neto de Fernão Favila de Vasconcelos, 1.º morgado dos Piornais, era vereador e guarda-mor da Saúde da câmara do Funchal.
Ao casar com D. Francisca (1617), foi provido na capitania, e viabilizou a conservação desta pelos Perestrelos gerando um filho – Diogo de Bettencourt Perestrelo. Diogo foi confirmado capitão governador do Porto Santo por influência na corte de D. João IV dos pais de sua mulher, D. Luísa Agostinha de Noronha. A Árvore da ascendência de José António Bettencourt Perestrelo de Vasconcelos Júnior ilustra a ligação dos Perestrelos aos Favilas.
Capela dos Reis Magos: jazigo de Gaspar Perestrelo, irmão de D. Francisca, falecido aos 25 anos.
Árvore da ascendência de José António Bettencourt Perestrelo de Vasconcelos Júnior, FBPV, cx. 3-49.
Note-se que o autor deste quadro confunde o marido de Inácia Antónia Seixas Sotomaior – Francisco Bettencourt Perestrelo, filho do 2.º morgado Bettencourt Perestrelo e sua mulher Cecília Maria de Moura e Vasconcelos, com seu sobrinho-neto, o 4.º morgado Francisco Bettencourt e Vasconcelos, casado com Francisca Agostinha de França Dória.
Referências:
(1) Livro terceiro dos Brasões da Sala de Sintra, 1930.
(3) CLODE, Luiz Peter, 1952, Registo genealógico de famílias que passaram à Madeira.