Para Pedro Abreu Peixoto a investigação genealógica é indispensável para tratar um arquivo de família.

Os quadros genealógicos situam os indivíduos, as gerações e a família na teia de relações e vivências que originou o arquivo familiar.

Descendência de Diogo Soares Perestrelo, Nobiliário de Bettencourt Perestrelo, vol. III, ABM, FBPV, liv. 3, f. 167 v.º-168.

Sentido do Morgadio

Maria de Lurdes Rosa destaca a explicação simples das Ordenações Filipinas: a fundação de um morgadio visava conservar e aumentar o nome e a memória da Casa do fundador, através de um código de conduta imposto aos descendentes (1).

Morgados e capelas, longevidade e controvérsia 

(2) (3)

Suceder num morgadio: bênção ou maldição? 

A dúvida do P. Fernando Augusto da Silva (4), uma reflexão de Ana Madalena Trigo de Sousa (5):

P. Fernando Augusto da Silva

Fernando Augusto da Silva: A Madeira foi uma terra de morgadios, embora alguns deles arrastassem uma vida miserável, que não abonava as suas prosápias avoengas.

Ana Madalena Trigo de Sousa: A propriedade vinculada, rústica e urbana, (…) em virtude desta condição, ficava de fora do circuito da comercialização e, consequentemente, não gerava qualquer tipo de receita para o Estado.

Referências:

(1) ROSA, Maria de Lurdes, 1995, O morgadio em Portugal sécs. XIV-XV .

(2) COELHO, Maria de Fátima, 1980, O instituto vincular, sua decadência e morte: questões várias, in Análise Social, vol. XVI (61-62) 1º-2º, 111-131.

(3) ESTEVES, Judite Maria Nunes, 2008, Do morgadio à divisão igualitária dos bens: extinção do morgadio e estratégias de perpetuação do poder familiar (entre o fim do século XIX e o século XX).

(4) SILVA, Fernando Augusto da, 1998, “Instituições vinculares”, in Elucidário Madeirense, vol. II, pp. 171-173.

(5) SOUSA, Ana Madalena Trigo de, 2019, O Registo Vincular do Distrito Administrativo do Funchal (1862-1863): uma análise da instituição vincular na sua fase derradeira.